Conheça 4 santos crianças

“Disse-lhes Jesus: ‘Deixai vir a mim estas crianças e não as impeçais, porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham’.” (Mt 19, 14)

Por meio dessas palavras, o Senhor deixa muito claro que o convite à santidade é feito para pessoas de todas as idades. Pensar que entre os santos há apenas papas, bispos, padres, religiosas ou leigos adultos é um equívoco, pois muitos dos que foram canonizados pela Igreja foram apenas crianças. 

Infelizmente, principalmente nos dias atuais, as crianças são constantemente convidadas às práticas que ferem a fé e que não contribuem para o seu crescimento espiritual, nos valores e nas virtudes. 

As 4 crianças que vamos apresentar no texto são santos católicos que marcaram o mundo por causa de sua confiança inabalável em Cristo, pela vida de oração e amor pela Eucaristia. Dedicadas ao Reino de Deus desde tenra idade, elas têm, agora e para sempre, o Céu como a morada eterna de suas almas.

São José Luís Sánchez Del Río (14 anos)

O jovem mexicano era apenas uma criança quando eclodiu a “Guerra dos Cristeros” (1926-29), conflito que levou os católicos mexicanos à decisão extrema de pegar em armas para defender a Igreja Católica dos constantes ataques feitos pelo presidente Plutarco Calles, que buscava extinguir o catolicismo no país.

O conflito levou diversos cristãos ao martírio, e José Luís, apesar da pouca idade, queria combater junto aos irmãos para “dar a vida por Jesus”. Autorizado por um general mexicano, o jovem uniu-se à tropa, mas foi capturado em combate pelo exército de Plutarco Calles, sendo instigado pelos militares a renunciar a fé em Jesus Cristo. 

O jovem corajosamente reafirmou a sua fé no Senhor, o que despertou a fúria dos soldados, sendo friamente torturado por isso. Em meio a todo o sofrimento, o menino gritava “Viva Cristo Rei!”, com todas as forças que lhe restavam, sendo por isso martirizado em 10 de fevereiro de 1928.

O menino foi considerado exemplo de como deve agir um autêntico cristão, mesmo frente ao pior dos desafios e foi canonizado pelo Papa Francisco em 2016.

Santa Jacinta Marto (9 anos) e São Francisco Marto (10 anos) 

Portugueses e irmãos, as crianças foram os pastores que testemunharam as aparições de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, junto à prima Lúcia. Após o acontecimento que mudou as suas vidas, ambos foram muito dedicados à oração, entregando ao mundo as mensagens de Maria Santíssima em prol da conversão dos pecadores e pela salvação das almas.

Pouco tempo depois das aparições, ambos adoeceram por causa da gripe espanhola que abalou o continente. As crianças sofreram muito com a doença, mas suportaram tudo com fé em Nossa Senhora. 

Jacinta declarava em suas dores que “amava sofrer pelo amor de Jesus e Nossa Senhora, pois eles amam muito aqueles que padecem pela conversão dos pecadores”.

Em sintonia com a sua irmã, Francisco declarava que “sofria para consolar o Senhor e, depois de um tempo, ir para o Céu”. 

Francisco morreu aos 10 anos e Jacinta aos 9, cerca de um ano após o irmão. Foram canonizadas pelo Papa Francisco em 2017, sendo uma das poucas crianças não-mártires da história da Igreja Católica.

São Domingos Sávio (14 anos)

Com apenas 4 anos, vivendo em Turim na Itália, São Domingos Sávio já tinha como hábito fazer as suas orações diariamente. Aluno de São Dom Bosco, compreendeu desde cedo que deveria levar uma vida de santidade e buscava inspirar os seus pais a fazerem o mesmo. 

Era coroinha, servia nas Missas e amava tanto a Eucaristia que obteve uma autorização para receber a Sagrada Comunhão com apenas 7 anos de idade, o que era bastante incomum para a época. “Foi o dia mais feliz da minha vida!”, dizia ele sobre o momento.

A permissão foi concedida por causa da saúde frágil de Domingos, que estava sofrendo com uma infecção que os médicos não estavam conseguindo controlar. O menino tinha receio de morrer antes de comungar pela primeira vez e sentia que lhe restava pouco tempo. A criança confessou os seus pecados, recebeu a Eucaristia e a unção dos enfermos. Dias depois, de forma serena, logo após acordar, despediu-se de seu pai e louvou a Deus pela última vez em vida, partindo para a eternidade.

Domingos Sávio criou um lema para si que dizia “antes morrer do que pecar”, que ilustrava o tamanho da sua vontade em agradar a Deus com os exemplos de sua vida.

Ele foi canonizado em 1954, pelo Papa Pio XII, sendo a primeira vez que uma criança não-mártir foi canonizada. 

“Não posso realizar grandes coisas, mas quero que tudo o que faço, mesmo a menor das coisas, seja para a maior glória de Deus”, dizia frequentemente. 

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A pureza dessas crianças com o amor sincero por Jesus e pela Virgem Maria agradou imensamente o coração de Deus. As suas vidas, mesmo breves, inspiraram gerações de cristãos a incentivarem suas crianças a terem uma vida verdadeiramente feliz por meio da dedicação ao Senhor, zelando pelo sagrado, praticando o bem e almejando profundamente o Céu.